Sabemos que estimular a criança na primeira infância é fundamental para o seu desenvolvimento cognitivo, motor e sócio-afetivo. Aliás, é o que permite a criança a alcançar níveis e potenciais de aprendizagem, seja através de atividades esportivas, jogos, pré- escolarização ou brincadeiras. E não podemos deixar de priorizar atividades que serão mais eficazes para o cérebro da criança receber determinado estímulo que vise o seu desenvolvimento e aprendizagem, ou seja, quando o cérebro está mais propício a receber determinado estímulo de aprendizagem.
Agora, e quando a criança que é superestimulada?Será que existe alguma consequência em seu desenvolvimento?
Vamos lá!
Imagine que seu filho seja um computador, que conforme usado, vamos adicionando programas, arquivos e imagens, e com isso, aos poucos ele começa a ficar lento, o espaço de salvamento começa a ficar restrito a ponto de gerar problemas a sua máquina. Uma das medidas que pode tomar é excluir alguns programas ou arquivos para gerar espaço , não é mesmo? Mas quando isso não é possível a máquina pode sobrecarregar, certo? O mesmo ocorre com o nosso cérebro, especialmente o da crianças especialmente na primeira infância.
Muitas vezes os pais querem além da escola, que a criança tenha experiências e aprendizagens diversificadas e consistentes em sua rotina com mais de uma atividades extras diária, seja idioma, dança, música, esportes, terapias, etc. E esquecem que a criança também precisa de tempo para ociosidade, ou seja, ser livre para escolher o que quer fazer e o que deseja brincar. E com esse ritmo intenso de atividades, a criança acaba vivendo uma rotina de um mini adulto. E já parou para pensar se isso é saudável? No mínimo questione!
E como saber se a criança está com a sua rotina intensa a ponto de causa prejuízos na escola e em sua vida social?
Vamos a alguns exemplos:
A criança não tem bom aprendizado em determinada atividade e começa a alterar comportamento. E com isso, a culpa sempre é do profissional, o que não é verdade. Na maioria das vezes é apenas cansaço da criança que não sabe descrever seus sentimentos.
Dificuldade para conectar ao que está fazendo, mesmo que seja brincadeiras que possam estimular sua aprendizagem, principalmente, brincadeiras com atividade para resolver problemas ou pensar, justamente pela sobrecarga mental.
Você ou o profissional conversa com a criança e ela está longe e desatenta, apresentando baixa concentração ao que que está aprendendo ou brincando.
Alteração de comportamento , fica mais irritadiça e provocativa.
A criança começa a querer isolar-se em demasia e você pode interpretar como preguiça, mas na verdade não é.
Esses são alguns indícios que a criança está com sobrecarga do cérebro , e muitas vezes pode ser rotulado como birra, mal comportamento ou preguiça da criança, o que não é verdade. Toda a sobrecarga e isso vale também para nós adultos , vão ocasionar diminuição no rendimento e dificuldade em desempenhar algumas tarefas e até a aprendizagem. E é exatamente isso que oriento os pais " Estímulos são fundamentais, mas cuidado com a falta de equilíbrio nas tarefas do dia a dia". Não pense que criança por ser mais cheia de vida ou energia ela não precisa descansar, pois isso é um erro muito comum de muitos pais. E também, devido a sua demanda familiar evite colocar "excesso" de atividades a criança. Sugiro equilibrar a rotina e tornar a criança parte do processo de escolha das atividades pode evitar possíveis problemas no futuro. É preciso respeitar os limites da criança, cada uma tem um ritmo diferente para desenvolver os seus potenciais.
Agora como ajudar a evitar que seu filho seja superestimulado. Vamos a alguns exemplos:
Esteja atenta ao desenvolvimento e evolução nas atividades
Evite muitas atividades num mesmo dia, coloque apenas uma extra por dia. A criança muitas vezes pode gostar de realizar a atividade , mas está esgotada para realizar e isso acaba desestimulando ou invés de estimular. Sinta que a escolha da atividade lhe causa diversão.
Evite horas de uso de celular, TV e games , quanto mais atividade cerebral mais estímulos cerebrais irá receber e com isso pode gerar alteração no comportamento pela dependência, principalmente, antes de dormir. Isso afeta a qualidade do sono, pois sabemos que estímulos em excesso antes de dormir pode excitar o cérebro e isso acarreta da criança dificuldade em relaxar. Opte brincar com jogos de montagem ou tabuleiro.
Conheça e converse com seu filho sobre suas necessidades, o que ela está sentindo e o que ela aguenta fazer de fato. Equilibrar suas atividades com empatia partindo desses princípios é essencial. Rotina familiar é fundamental para saber como andam as emoções da criança. Estejam atentos!
Busque conhecer qual a prioridade de cada fase a ser estimulada na criança, entenda o que é prioridade estimular e qual estímulo se adequa ao perfil do seu filho. Muitas vezes você quer que seu filho faça um determinado esporte ou atividade extra, mas ele não gosta ou não se identifica e você não percebe e acaba forçando, e isso não será produtivo. "Você faz algo que não gosta?" A criança também tem o mesmo direito.
Diminua os estímulos visuais e o volume de brinquedos no quarto. Isso hiperestimula a criança, e pode ficar perdida com o que brincar ou ter até um sono mais agitado. Por isso, ensine a criança a brincar apenas com um brinquedo, em seguida guarde e troque caso não queira mais. Assim você mantem a criança conectada ao que está fazendo por mais tempo, permitindo que ela explore mais o potencial de cada brinquedo e crie novas possibilidades de manuseio.
Portanto, a superestimulação só ocorre quando o adulto não cria meios para criança desenvolver seu próprio ritmo, escolhas ou não respeitar as suas necessidades e seus intervalos para descansar.
Fiquem atentos, certo!
Até a próxima!
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