top of page

Traumas aquáticos na infância: como ajudar a criança a superar



A água pode ser um ambiente de descoberta e prazer para as crianças, mas também pode se tornar um gatilho de medo e insegurança quando há um trauma envolvido. Seja por um susto durante o banho, um episódio de engasgo ou até uma experiência negativa em aulas de natação, essas vivências podem gerar bloqueios emocionais que impactam o desenvolvimento motor e psicológico da criança.


O que caracteriza um trauma aquático?


O trauma aquático pode se manifestar de diversas formas, desde um leve receio de entrar na água até um pânico intenso ao se aproximar da piscina ou do mar. Alguns sinais comuns incluem:


  • Choro, gritos ou resistência ao contato com a água;

  • Regressão em habilidades já adquiridas (exemplo: a criança nadava e passa a ter medo);

  • Medo exagerado ao ver outras pessoas na água;

  • Pesadelos ou ansiedade antes das aulas de natação;

  • Sintomas físicos, como tremores, dor de barriga, sudorese ou taquicardia ao se aproximar da piscina.


A criança sempre vai dar indícios de desconforto, verifique se pode estar relacionado ao ambiente das aulas de natação. Os pais podem observar:


  • Mudança repentina de comportamento em relação à natação;

  • Evitação ao falar sobre as aulas ou demonstrar angústia ao ser lembrado delas;

  • Queixas físicas antes das aulas (dores de barriga, náuseas, dor de cabeça);

  • Recusa em vestir o maiô ou entrar no vestiário;

  • Comentários sobre algo que assustou ou incomodou na piscina (exemplo: "o professor me segurou forte", "afundei e ninguém viu").


Se houver qualquer suspeita, o ideal é conversar com a criança sem pressioná-la, permitir que ela expresse seus sentimentos e dialogar com os professores ou instrutores para entender o que pode ter ocorrido.

Acidentes durante as aulas podem acontecer, pois lidar com crianças pequenas na água é desafiador. Elas são curiosas, impetuosas quando começam a se movimentar e ainda têm pouca noção do perigo. Ao longo da minha experiência, passei por pouquíssimos casos de engasgo e, felizmente, foram apenas sustos, nenhuma com trauma, apenas aprenderam a ter mais cuidado e espera para auxilio. O que realmente faz a diferença para evitar traumas não é o incidente em si, mas a forma como o adulto reage. A atitude e as expressões dos pais ou do professor no momento podem determinar se a criança superará o episódio com naturalidade ou desenvolverá um bloqueio.


Caminhos para ajudar a criança a superar o medo da água deve ser feita com paciência, acolhimento e estímulos graduais. Algumas estratégias incluem:


1. Validar os sentimentos da criança – Nunca minimizar ou forçar a criança a enfrentar o medo de forma abrupta, o acolhimento e diálogo é fundamental para gerar conforto e confiança. O apoio dos pais é essencial para criar um ambiente de segurança.


2. Reintroduzir a água de forma lúdica e sem pressão – Brincadeiras no banho, em piscinas rasas, à beira mar com baldinho e o contato com a água de forma prazerosa ajudam a ressignificar a experiência. Ex: no banho ao lavar a cabeça comece por trás nunca pela frente da cabeça para não promover gatilhos negativos, pois é necessário haver preparação da sensação da água no rosto.


3. Respeitar o tempo da criança – Cada criança tem seu ritmo e formas emocionais para lidar com insegurança ou traumas. Pequenos avanços devem ser comemorados para aumentar a autoconfiança.


4. Buscar profissionais preparados – Instrutores que compreendem a importância da abordagem psicomotora e do respeito ao desenvolvimento infantil fazem toda a diferença.


5. Psicoterapia infantil – Em casos muito intensos, a ajuda profissional pode ser fundamental para desbloquear o trauma e fortalecer a autoconfiança da criança. A terapia psicomotora aquática também pode ser uma boa estratégia já que o profissional vai trabalhar questões mais amplas do processo de aprendizagem ensinando a criança a lidar com seu corpo no meio aquático.


A ludicidade é uma importante ferramenta na superação de um trauma ou desconforto que a criança tenha passado no ambiente aquático, pois permite que a criança explore a água de forma espontânea, sem medo e com prazer. Algumas estratégias incluem:


  • Brincadeiras com baldinhos, bonecos e esguichos no banho ou piscina pequena;

  • Jogos sensoriais com diferentes texturas e temperaturas da água;

  • Uso de músicas e histórias para associar a água a momentos positivos;

  • Introdução progressiva na piscina, começando com os pés e avançando conforme a criança se sente confortável.



Superar um trauma aquático pode levar tempo, mas com acolhimento, paciência e estratégias adequadas, a criança pode reaprender a confiar no ambiente aquático. A chave está na construção de um vínculo positivo com a água, respeitando o tempo e as emoções da criança.


Se perceber que seu filho está passando por dificuldades, não hesite em buscar apoio especializado. Também é válido colocar a criança em aula particular para que o profissional trabalhe de forma específica na questão da criança até que a criança se sinta segura para estar novamente em aula coletiva. O bem-estar emocional da criança vem sempre em primeiro lugar.


Conhece alguém que já tenha enfrentado alguma dessas situações? Conte como foi?

Se precisar de ajuda entre em contato!


Até a próxima!

Evelyn de P. Pereira

Comments


Posts Recentes
Redes Sociais.
Procure por Assuntos:
  • LinkedIn - Black Circle
  • Facebook Black Round

© 2015 Corpo em Atividade

Evelyn de Paula Pereira
Profa. de Educação Física e Psicomotricista
CREF.: 003174-G/SP

 

Rogerio Restivo Wed Dedigner

Criação e Desenvolvimento

Rogério Restivo Webdesigner

www.restivo.com.br

rogerio@restivo.com.br

bottom of page